sábado, 4 de julho de 2009

Cair, Subir

Sonolento e pesado sono
Pensando em descansar o corpo
Tentando relaxar a mente
Me peguei mais que presente

Voava sobre prédios
Num lugar escuro e fétido
Pairava sobre nuvens negras
Tentava descer a fugir

E voava rápido, como se procurasse algo
Sim, uma luz ou um ponto de descanso
Meus olhos queriam me trair
Mas era preciso mantê-los abertos?
Fechados.

Lá embaixo na cidade
Moravam pessoas e coisas
Me atiravam palavras sujas
Todas cheias de maldade

Já não podia mais voar
A energia que me mantinha se fora
Perdia altitude e plenitude
Estava a ponto de me entregar

A sensação de precipício
Demorava tanto a passar
Meu corpo já dormente
Parecia um torto vício

E caindo sempre mais a fundo
Adentrei entranhas obscuras
Onde moravam estranhas criaturas
Escravas, perdidas, sedentas por maldade

Meu corpo se aproximava cada vez mais
Do chão que seria minha única esperança
De morrer rápido e não sofrer ainda mais
Já sentia sua aproximação, cravada com lanças

Foi quando senti
Uma enorme luz branca
Descer numa enorma velocidade
Atravessando toda a cidade

Penetrou nas entranhas escuras
E antes que minha cabeça partisse
Naquele chão de morte e podridão
Apanhou-me rápido e forte como um trovão

Um relâmpago, uma flecha, um clarão
Impediram que eu pudesse
Me espatifar ali, naquele chão
E tudo mudou

A força me fez subir, subir e subir
Me tirou daquele mundo morto
E num piscar de olhos
Me levou até o alto

Subi tão rápido e já lá em cima
Pude perceber o que me levantava
Estava acima das nuvens
Onde somente o sol me acariciava

O que me levantou
Não foi uma nave
Não foi mágica
O que me levantou foi...
...e continuo subindo.

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